quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Seca no Nordeste do Brasil: Usina de Sobradinho pode parar

Quase mil cidades do Nordeste estão em situação de emergência por causa da seca. O maior reservatório de água do Nordeste, a barragem de Sobradinho, no rio São Francisco, atingiu no final de Outubro de 2015 o nível mais baixo de sua história em consequência da pior seca dos últimos 83 anos. A represa tem capacidade de 34,1 bilhões de metros cúbicos e corresponde a 58% da água usada para geração de energia no Nordeste.

Segundo projeções do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), se não voltar a chover na região, Sobradinho deve atingir seu volume morto. Caso isso ocorra, a usina hidrelétrica que já opera com menos de 20% da sua capacidade, deixaria de operar. No entanto, a ONS afirma que não há riscos de racionamento, pois é possível a utilização de fontes alternativas como térmicas e eólicas.

Seca expõe ruínas de cidades inundadas para a construção da barragem de Sobradinho no fim da década de 1970

Fontes:
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/seca-deixa-quase-mil-cidades-do-nordeste-em-situacao-de-emergencia.html 
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/10/1698112-maior-reservatorio-do-nordeste-sobradinho-atinge-seca-historica.shtml

Chuva no Sul do Brasil: El Niño mais forte em 15 anos

Segundo o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud, "As secas severas e as inundações devastadoras que estão ocorrendo nas zonas tropicais e subtropicais caracterizam o atual episódio do El Niño, o mais forte registrado em mais de 15 anos".

Esse fenômeno oceânico-atmosférico é caracterizado por um aquecimento acima do normal nas águas do oceano Pacífico Equatorial. Essa elevação da temperatura interfere no padrão ventos e da pressão em diversos níveis da atmosfera, o que gera mudanças na chuva e na temperatura em várias regiões do planeta e em diferentes épocas do ano.

Na América do Sul é de se esperar chuvas torrenciais e inundações, comprometendo cidades, tanto nas áreas urbanas e rurais,principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil. Em contra partida, a região nordeste vem sofrendo com uma das piores secas da história, causando grandes impactos na agricultura e no abastecimento humano.



Fontes: 
http://www.esalq.usp.br/cprural/noticiastempo/mostra/1010/onu-afirma-que-el-nino-sera-um-dos-piores-da-historia.html
http://noticias.terra.com.br/climatempo/quando-o-el-nino-vai-terminar,90be75cf2feb135e3951a99319553945bilvgq6i.html

Acordo de Paris: O fim da era dos combustíveis fósseis?


Em dezembro de 2015, líderes mundiais se reuniram em Paris para a 21º Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCC) para discutir os detalhes de um acordo que pudesse abranger todos os países, desenvolvidos ou em desenvolvimento, reconhecendo a existência de mudanças climáticas antropogênicas, ou seja, de origem humana.

O Acordo de Paris entrará em vigor em 2020 e busca manter aquecimento global “bem abaixo de 2ºC, com vistas a 1,5ºC,” e a criação de um fundo global de US$ 100 bilhões com a contribuição de todos os países, principalmente dos ricos.


Embora o termo "descarbonização" e a menção explícita aos combustíveis fósseis tenham sido retirados do texto final, prevê alcançar um pico de emissões “tão logo quanto possível”, com países ricos na dianteira.

Apesar disso, a organização ambiental Greenpeace avaliou que a aprovação do texto final representa o fim da era dos combustíveis fósseis e defendeu que os investidores comecem a descontar o dinheiro de créditos obtidos com a redução da emissão de carbono para investir em fontes renováveis de energia.

Em comunicado, a organização não governamental WWF defendeu medidas imediatas para reduzir a emissão gases de efeito estufa uma vez que o acordo prevê que os países adotem medidas para limitar o aquecimento global, mas não define quando o resultado deve ser alcançado.

As metas de cada país, conhecidas como INDCs, serão avaliadas em conjunto para verificar se o resultado final atinge o objetivo estabelecido de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera a um nível que evite a elevação da temperatura abaixo do acordado.

Em 2018 ocorrerá um “diálogo facilitador” para avaliação das INDCs, sendo que o prazo para balanço global e revisão das metas está previsto para 2023. Esse processo não será punitivo nem intrusivo, por respeito ao princípio de soberania nacional, não havendo mecanismo que permita cobrar cumprimento das metas.

O Brasil propôs como meta reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo 2005 como ano-base para o calculo. 

A proposta brasileira também prevê alcançar participação de 23% de energias renováveis não hídricas (solar, eólica e biomassa) e 66% por meio de fonte hídrica na matriz elétrica. Além disso, o Brasil se comprometeu a aumentar a eficiência elétrica em 10% até 2030. Também pretende garantir 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.

Fontes:
https://nacoesunidas.org/cop21/
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/12/1718310-franca-apresenta-proposta-para-cop21-selar-acordo.shtml
http://cebds.org/wp-content/uploads/2015/09/INDC-Brasileira.pdf
http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2015/12/acordo-na-cop21-representa-fim-da-era-dos-combustiveis-fosseis-2481.html
http://cebds.org/wp-content/uploads/2015/10/NEGOCIACOES-DO-CLIMA_Publica%C3%A7%C3%A3o-CEBDS.pdf